poemas de Cordel
A Literatura de Cordel: A Cultura de um Povo.
A construção do
conhecimento na esfera comunicativa literária: o Gênero Poético a alunos do 8º
ano, ciclo II, Escola Pública Estadual de SP.
Ao falar sobre seus
sentimentos, dos mais simples aos mais profundos, o poeta revela a vida através
da palavra e a essência da Literatura de Cordel.
Discussão: Junto com o sanfoneiro, vamos começar
uma prosa sobre Poemas de cordel:
- O
que você sabe sobre literatura de cordel?
- Como
os cordéis são divulgados?
- Quem
são os possíveis leitores dos poemas de Cordel?
- Com
que finalidade são confeccionados?
- Há
um diálogo com a realidade e outros campos de conhecimento?
- Você
sabe o que são traços linguísticos?
Após a discussão inicial, vamos
assistir a um Vídeo sobre Cordel
contado por um repentista cego: além de refletir sobre a situação do
sertão nordestino, o coronelismo e o cangaço é também folclórico: a lenda
do lobisomem. O Coronel e o Lobisomem
uma
história
do escritor brasileiro José Cândido de Carvalho, sendo
lançado em 1964, retrata a vingança de um nordestino contra um coronel. Faminto e
sem terra o trabalhador era obrigado a ver os animais da propriedade sendo
tratados como seres humanos e ele como um animal. A direção da animação Elvis
Kleber e Ítalo Cajueiro, roteiro de Ítalo Cajueiro. Disponível em: (http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=1518&exib=5937), acesso em 11 de out. de 2012. E, uma reportagem sobre literatura de
cordel: Globo rural. A Literatura de
Cordel. Disp. em http://youtu.be/7DosjK6GSUQ,
ac.: 11 de out. 2012.
Mistérios da meia-noite,
que voam longe,
que você nunca, não sabe nunca,
se vão se ficam,
quem vai, quem foi.
Impérios de um lobisomem,
que fosse homem,
de uma menina tão desgarrada,
Desamparada, se apaixonou...
[Trecho da música “Mistérios da Meia-Noite”, de Zé Ramalho]
que voam longe,
que você nunca, não sabe nunca,
se vão se ficam,
quem vai, quem foi.
Impérios de um lobisomem,
que fosse homem,
de uma menina tão desgarrada,
Desamparada, se apaixonou...
[Trecho da música “Mistérios da Meia-Noite”, de Zé Ramalho]
TEMAS TRADICIONAIS: Anti-heróis, Peripécias e Diabruras
Filho de gato é gatinho
Patativa do Assaré
Era o
esposo assaltante perigoso,
o mais famoso dentre os marginais porém, se ele era assim astucioso, sua esposa roubava muito mais A ladra certo dia se sentindo com sintoma e sinal de gravidez, disse ao marido satisfeito e rindo: - Eu vou ser mãe pela primeira vez! Ouça, querido, eu tive um pensamento, precisamos viver com precaução, para nunca saber nosso rebento desta nossa maldita profissão Nós vamos educar nosso filhinho dando a ele as melhores instruções para o mesmo seguir o bom caminho, sem conhecer que somos dois ladrões.
Respondeu o
marido: - Está direito,
meu amor, você disse uma verdade. De hoje em diante eu procurarei um jeito de roubar com maior sagacidade. |
Aspirando o
melhor sonho de Rosa,
ambos riam fazendo os planos seus. E mais tarde a ladrona esperançosa teve um parto feliz, graças a Deus. "Ai, como é linda, que joinha bela!" diziam os ladrões, cheios de amor, cada qual desejando para ela um futuro risonho e promissor. Mas logo viram com igual surpresa que uma das mãos da mesma era fechada. Disse a mãe, soluçando de tristeza: - Minha pobre menina é aleijada. A mãe, aflita, teve uma lembrança de olhar a mão da filha bem no centro. Quando abriu a mãozinha da criança, a aliança da parteira estava dentro.
(In: Feira
de Versos: poesia de cordel. Editora Ática).
|
A poesia de cordel, embora esteja
transposta aqui através do escrito, ela é transmitida oralmente, numa situação
que envolve contato pessoal, voz, gestos e expressões faciais de quem a
declama. O poeta cearense, Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré,
é um dos grandes representantes desses poetas populares. Seus poemas
transmitem humor, sentimento, críticas e reflexão sobre o cotidiano do povo que
vive no nordeste. A história narrada, geralmente, apresenta uma situação de
equilíbrio, desenvolve um conflito e termina restaurando o equilíbrio. Vale à
pena conhecer!
a)
Qual
tema e finalidade você identifica no Cordel narrativo?
b)
Destaque,
no poema, a situação de equilíbrio inicial, o conflito que se desenvolve e o
equilíbrio final.
c)
Que
características têm o gênero cordel para ser considerado também pertencendo a
um gênero mais abrangente, a poesia?
Meu
Livro de Cordel
Pelo amor que tenho a
todas as estórias e poesias de Cordel, que este livro assim o seja, assim o
quero numa ligação profunda e obstinada com todos os anônimos menestréis
nordestinos, povo da minha casta, meus irmãos do nordeste rude, de onde um dia
veio meu Pai para que eu nascesse e tivesse vida.
Cora Coralina
Um
breve olhar sobre um belíssimo poema de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas;
uma doceira de Goiás que adoçava versos e ficou imortalizada como Cora Coralina. Nascida em Goiás, em 1889, Cora teve uma trajetória literária peculiar. Tinha
76 anos quando seu primeiro livro foi publicado, com 90 sua obra chegou às mãos
de Carlos Drummond de Andrade. O cotidiano, os causos, a velha Goiás, as
inquietações humanas são temas constantes em sua obra, considerada por vários
autores um registro histórico-social do século XX.
Cora
Coralina – E – Biografias. Disponível em: www.e-biografias.net/cora_coralina,
ac.12 de out.12.
Um pouco de
Cordel com Cora Coralina
LUA-LUAR
Escuto
leve batida.
Levanto
descalça, abro a janela
Devagarinho.
Alguém
bateu?
É a
lua-luar que quer entrar
[...]
1 Cora Coralina
|
LUCROS E PERDAS
I
Eu
nasci num tempo antigo,
Muito
velho,
Muito
velhinho, velhíssimo.
[...]
2 Cora Coralina
|
|
ESTE RELÓGIO
[...]
VII
Relógio
novo, vertical
na
parede.
Relógio
amigo
vai
marcando horas....
Marca
sempre
Horas
felizes
Neste
lar.
Marca
sempre
para
minha filha
as
horas boas
que
não marcou
para
mim...
3 Cora Coralina
|
MEU PEQUENO ORATÓRIO
Minha Nossa Senhora das Graças
toda minha.
Das raízes e dos troncos.
Das florestas e das frondes.
Dos rios que correm para o mar.
e dos corguinhos sem destino.
Dos altares, dos montes e das grunas.
Dos pássaros sem vôo,
e das rolinhas bandoleiras.
[...]
4 Cora Coralina
|
CORALINA, Cora. Meu Livro de Cordel. 7ª Ed. São Paulo: Global editora,1996.
Sensibilização POÉTICA
1. Vamos lidar um pouco mais com as
palavras dos poemas.
Na criação do poema, há o que nos pensamos, sentimos,
queremos e conseguimos dizer. Junto, há a maneira de distribuir esse dizer
pelo espaço, através dos cortes de versos e da separação das estrofes.
|
a) Formem grupos e juntem as
carteiras. Cortem tiras de papel, mais ou menos da mesma largura, e copiem cada
palavra do poema em uma tira.
b) Montem a poesia sobre as carteiras,
com as tiras, como ela foi escrita. Depois...transformem o poema, trocando as
palavras de lugar. Vocês podem trocar dentro da própria estrofe ou pelos poemas.
2. Vamos misturar palavras dos poemas.
Escreva no caderno, na ordem indicada, cada grupo de palavras em uma linha:
- um substantivo do poema 1; um
adjetivo do 2; um verbo do 3:
- um substantivo do poema 2; um
adjetivo do 3; um verbo do 1:
- um substantivo do poema 3; um
adjetivo do 2; um verbo do 4:
3. Construa uma frase poética com cada
grupo de palavras, acrescentando outras palavras que achar necessárias. Seu
vizinho achou que suas frases são poéticas?
CRIAÇÃO: Agora, elabore um poema de Cordel: estrofes com quatro
versos.
Para uma poesia ser considerada
Literatura de Cordel, as características fundamentais são: simplicidade, conter
uma história e, geralmente, rimas nas estrofes contendo a musicalidade poética.
1. Um tema tradicional: escola, a estrutura em quadras e versos ABAB.
2. Qual estilo de linguagem: irônico,
elogioso, sério, denunciador, declamatório, metafórico, personificação.
2. Há no poema: a situação de
equilíbrio inicial, o conflito que se desenvolve e o equilíbrio final? Há
coerência no enredo poético?
3. Faça uma representação do tema ou
do(s) personagem(ns) através de imagens.
4. Copie seu poema em um papel grande
e pendure na classe...ou em casa. Mas, antes disso, mostre para o colega ao
lado. E leia para a classe, se quiser.
MÓDULO I – O Cordel
Muitos historiadores e antropólogos
estudam este tipo de literatura com o objetivo de buscarem informações
preciosas sobre a cultura e a história de uma época. Em meio à ficção,
resgatam-se dados sobre vestimentas, crenças, comportamentos, objetos,
linguagem, arquitetura, etc.
(http://www.suapesquisa.com/cordel, ac. 10 de out. 2012).
Vídeo: Cordel.
Literatura de Cordel, tipo de poesia
popular, originalmente oral, impressa em folhetos rústicos, expostos para venda
e pendurados em cordas ou cordéis.
Para aprender sobre a
origem do cordel, você vai ler algumas estrofes do cordelista e poeta Rodolfo
Coelho Cavalcante. De
acordo com o poema explore os aspectos do Gênero Cordel (sócio-história,
literário, contexto de produção e circulação).
Ø
O que é literatura de cordel?
Ø
De onde vem a palavra cordel?
Ø
Por que o poema diferencia
cordel de cordel-literatura?
Ø
Quais características do
cordel brasileiro você identificou no poema?
Ø
O poema que você leu está
versificado em sextilhas ou setilhas?
Ø
Por que o eu lírico afirma
que “não vale cordel em prosa”?
Ø
O cordel legítimo é
comparado ao jornal. Por que isso acontece, levando em consideração suas
visitas a sites e discussões anteriores?
Ø
Na literatura, como o
cordel é contextualizado?
Origem da literatura de cordel e sua expressão de cultura nas
letras de nosso país
Cordel quer dizer
barbante
Ou senão mesmo cordão,
Mas cordel-literatura
É a real expressão
Como fonte de cultura
Ou melhor poesia pura
Dos poetas do sertão.
Na França, também
Espanha
Era nas bancas vendida,
Que fosse em prosa ou em
verso
Por ser a mais
preferida,
Com o seu preço popular
Poderia se encontrar
Nas esquinas da avenida.
[...]
No Brasil é diferente
O cordel-literatura
Tem que ser todo rimado
Com sua própria
estrutura
Versificado em sextilhas
Ou senão em setilhas
Com a métrica mais pura.
Neste estilo o vate escreve
Em forma de narração
Fatos, romances,
histórias
De realismo, ficção;
Não vale cordel em
prosa,
E em décima na glosa
Se verseja no
sertão.[...]
|
O cordel é dividido
Escrito, cantado, oral,
Porém o cordel legítimo
É aquele tipo jornal,
Que trazia a notícia
nova
Em sextilhas, nunca em trova
Que agrada o pessoal.
O cordel sendo cultura
Hoje tem sua tradição,
Chamado literatura
Veículo de educação
Retrata histórias
passadas
Que estão documentadas
Para toda geração.
CAVALCANTE, Rodolfo Coelho. Cordel.
São
Paulo: Hedra, 2003, p. 37-45.
|
O termo cordel vem do provençal, significa cordão. Na Europa,
nosso berço literário, Cordel era tudo que ia para a corda: livretos com
orações, contos, quadrinhos, etc.. É no Brasil, precisamente no Nordeste, que a
Literatura de Cordel ganha à conotação de narrativa em versos, além de outras
conotações, como a de jornal, a de revista; é uma atividade artística de contar
histórias com valores morais. Os folhetos poéticos ficam pendurados por
cordões, expostos em uma pequena mala ou espalhados sobre uma lona para exposição
nas feiras culturais. Leandro Gomes de Barros e Atayde são dois dentre os
primeiros poetas. Esses trovadores, geralmente, quando declamam são acompanhados
por uma viola e/ou sanfona. São narrativas em versos sobre temas do cotidiano,
fatos que são notícias e fictícios.
BAHIA. Secretaria da
Cultura e Turismo. Coordenação de Cultura. Antologia
baiana de literatura de cordel. Salvador: A Secretaria, 1997.
Lampião uma história inglória
Amigos tomem
assento
Nessa roda de cordel Que vou cantar um lamento Um pouco de mel e fel.
Vou
falar de um brasileiro
Em Vila Bela nascido Que tornou-se cangaceiro Arrojado e destemido. [...]
Veio
ao mundo um menino
De José e de Maria Foi chamado Virgolino Oito irmãos ele teria. [...]
Cedo parou de
estudar.
Pra ajudar no sustento Foi para o pasto aboiar, Pra garantir o alimento.
Foram Antonio e
Levino
Dois de seus oito manos Que mudaram o destino E criaram novos planos.
Envolveram-se
em brigas
Virou um
temido bandidoPor marcações de terrenos E muitas outras intrigas Outros conflitos pequenos. [...] Lá pras bandas do Nordeste Vivia sempre escondido Num sofrimento inconteste. Em Juazeiro do Norte Chamado por Padim Ciço Pensou que mudaria a sorte Com valoroso serviço.
Levou uma reprimenda
Bandeou-se
pra Bahia,Pelo seu mau proceder E teve por encomenda No interior combater. [...] Sergipe e Alagoas. Lá teve melhores dias Aquela área era boa. |
Por lá um dia ele vem
Conhecer Maria Bonita Maria Déia Nenén Numa paixão infinita. [...]
Mais tarde, Maria Bonita,
Com Lampião por parteiro Deu à luz Expedita Embaixo de um imbuzeiro. [...]
A criança foi deixada
Com um fiel guardião E seguiu sua jornada O bando de Lampião. [...]
Lampião em sua roda
Lampião
era uma lendaDesenhava o figurino. Ele ditava a moda Criando modelos finos. [...] Até uma madrugada Quando estava na fazenda De nome Angicos chamada.
Chegou, então, a volante
Eu um proceder perfeito. Devagar e num instante O estrago estava feito. [...]
As cabeças
arrancadas
Do bando de Lampião Correram o mundo mostradas Numa vil exposição,
Agora, meu bom
amigo,
Eu peço sua atenção E que reflita comigo Em delicada questão.
Lampião não era
santo,
Ao menos pelo que sei Mas convenha, no entanto, Que pra isso existe a lei.
O proceder da
volante
Foi coisa de carniceiro. Atitude revoltante Pior que a dos cangaceiros. |
Josafá
M. Costa, R.J. Disp: http:// www.mundojovem.com.br/poesias-poemas/cordel.
Ac.: 09/10/12
Poema escrito para ser facilmente
memorizado, cantado e recitado em praças, feiras e comunidades locais, o cordel
mantém forte relação com as narrativas orais, por isso é comum uma função social
educativa e de formação: ensinamento, aconselhamento, moral.
A) Qual é o tema desse poema? Por que identificamos esse poema como atual?
B) Os personagens desse poema são
conhecidos em outro campo do conhecimento. Qual?
C) Como o poeta se apresenta no texto do
cordel? O que ele se dispõe a fazer?
D) Que relação social o texto dá a
entender? Destaque passagens do texto que justifique a sua resposta.
O
cordel conta uma história e os fatos foram expostos de modo a se reconstruir o
fio narrativo. Diferente do gênero notícia, cujo jornalista procura se manter
imparcial aos fatos; no poema, há expressões que mostram o posicionamento do eu
lírico perante os fatos narrados.
E) Retire versos que revelem a opinião
que o eu lírico tem de Lampião. A caracterização do herói na narrativa de
cordel: perfil social e cultural.
MÓDULO II - Conteúdo Temático do Gênero
Cordel
Os
temas são variados, desde narrativas tradicionais transmitidas pelo povo
oralmente: aventuras, histórias de amor, humor, crítica social, universo
sertanejo até ficção – causos maravilhosos, pessoas famosas, e o folheto de
caráter jornalístico, modificando-o para torná-lo divertido. É um gênero
intermediário entre a oralidade e a escrita, faz uma espécie de ponte entre a
cultura popular e a literatura. Portanto, dialoga (presença
de intertextualidade) com temas e discursos presentes em outras obras da
literatura universal. Remete a passagens
bíblicas, lutas e conflitos entre o bem e o mal, em que o bem sempre vence.
- Como outras artes influenciam o cordel?
- Como o cordel influencia as outras artes?
- Quais são os temas abordados nos poemas. Identifique-os
de acordo com os títulos dos poemas?
- Qual cordel chamou mais a sua atenção? Por quê?
- Quais elementos mais comuns estão presentes nos
cordéis?
- Nos poemas narrativos uma ação desencadeia conflitos,
identifique-os?
- O Jeca Tatu de Monteiro Lobato ---
Medeiros Braga
Eu vou recontar em versos
O que Lobato contou
No seu livro “URUPÊS”
No qual se imortalizou
Ao externar seu talento
No Jeca que projetou.
Essa obra foi escrita
No início do século vinte,
Há mais de noventa anos
E, assim, por conseguinte,
Só se escrevia ao agrado
Das elites de requinte.
Abriu Monteiro Lobato
Na nossa literatura
A trilha e a caminhada
Para uma nova cultura
Onde o homem fosse alvo
Da melhor propositura.[...]
Quando a princesa Izabel
A abolição assinala
Sonorizando os tambores
Pelo quilombo e senzala,
Jeca Tatu só “magina”,
Coça a cabeça e não fala; [...]
A casa é toda de taipa,
Feita de vara e estaca
A pique e barro pastoso
Nessa armação se ensaca
Tornando a parede sólida,
Nem tão forte, nem tão fraca.[...]
Se nada disso resolve
Dentro do tempo esperado
Se busca o São Benedito,
O seu poder defumado,
As águas bentas e o rabo
De tatu tão consagrado. [...]
Com a roupa do casamento
E os sapatos já sem cor
Sai mancando pra pegar,
Com o mais ingênuo fervor
Junto a seu chefe político,
Seu diploma de eleitor.
Votando, não sabe em quem,
Encerra a destinação,
Devolve o diploma ao chefe,
|
Recebe um aperto de mão
E a lembrança da promessa
Pra bem depois da eleição.
Porém, todo sentimento
De pátria é desconhecido,
Nação, povo solidário,
Pra Jeca não faz sentido...
E se atacado o país
Não toma nenhum partido.[...]
É esse o Jeca Tatu
Que de face enternecida
Não canta, não ri, não ama,
Não fala de voz erguida,
Nem consegue viver bem
No meio de tanta vida.
Mas, pra Monteiro Lobato,
Jeca Tatu foi, então,
O resultado grotesco
Do modelo de gestão
Que se implantou no país
Mas, jamais, por opção.[...]
Então o grande escritor
Compenetrado, por fim,
Ao analisar os dois lados
Do Jeca, o bom e o ruim,
Concluiu que o caboclo
“Não é assim, está assim.”
Sem ter receios de errar
Sob este teto de anil,
Digo com convicção
Que, retratado o perfil,
O infeliz Jeca Tatu
Tem a cara do Brasil.
Brasil que grassa apático
Pelo seu braço cruzado,
Brasil caboclo onde sofre
Um povo hospitalizado,
Brasil análfa que vota
Subserviente e errado.
Esse imenso contingente
De jecas, sempre atuais,
Encurralados, sofrendo,
As mazelas sociais
Estão nas filas de emprego
Ou nos leitos de hospitais.
|
Disponível: http://www.rnsites.com.br/cordeis.htm, acesso em 12 de out. De
2012.
O ator Amácio Mazzaropi
encarnou a figura do “Jeca Tatu” inspirado na obra de Monteiro Lobato “URUPÊS” - além da intertextualidade para o cinema também revelou e
valorizou o vocabulário simples dos caipiras do Brasil.
B. ABC da saudade - Luiz da Costa Pinheiro
Ausente
de ti querida
Que alegria posso ter Quanto mais tempo se passa Suspiro por não ti ver Tanto tem a tua ausência Como tem meu padecer
Basta
dizer-te que vivo
Nesta cruel solidão Me lembrando do momento De nossa separação Sentindo uma atroz saudade Dentro do meu coração |
Constante sempre serei
Nesta vida até a morte Pedindo a Deus paciência Para cumprir esta sorte Fora de ti mais ninguém Eu não quero por consorte. [...]
Zombar não zombo de ti
Porque te tenho paixão Nas letras deste A B C Te dei minha explicação Te ofereço meu amor Guardas no teu coração |
http://arteeducacao.pro.br/cultura/cordel, acesso em 11 de
out. 2012.
- A
Moça que Bateu na Mãe e Virou Cachorra - Rodolfo Coelho Cavalcante
Vou contar mais um
exemplo
Dentro da realidade
Pois toda alma
descrente
Vive na obscuridade
Tem um vácuo
coração
Condena a religião
Com
toda incredulidade.
Antes um ateu
sincero
Do que um mau
religioso
Tem muita gente que
vive
Zombando do
Poderoso
E assim a profanar
Começa de Deus
zombar
Termina sempre
inditoso. [...]
Helena de vez em
quando
Dava surra na mãe
dela,
Quando a velha
reclamava
Um qualquer
malfeito, ela
Com isso se aborrecia,
Na pobre velha
batia
Até que virou
cadela.
Era u’a sexta-feira
Santa,
Conhecida da
Paixão,
Helena disse a mãe
dela:
-Quero me virar num
cão
Se esta tal de
Sexta-Feira
Da Paixão, não é
besteira
Da
nossa religião. [...]
|
Uma rajada de vento
Passou feito um
furacão,
Um raio caiu bem
perto
Com o ribombar do
trovão
A terra toda
tremeu:
Logo o sol apareceu
Dois segundos na
amplidão. [...]
Tinha a cabeça de
gente
Com a mesma feição
dela,
Mas o corpo até a
cauda
Era uma horrível
cadela...
Foi Helena castigada
Uma filha
amaldiçoada
O castigo pegou
nela. [...]
Contou-me um tio da
moça
Que essa história é
patente
Fica um exemplo
para outras
Se mirarem em sua
frente...
Quem uma mãe não
respeita
A pessoa está
sujeita
A sofrer
amargamente.
A toda moça
aconselho:
-Tenha juízo
bastante,
“Uma mãe é pra cem
filhos”...
Diz o adágio
importante,
Zombar de mãe é
espeto
Quem escreveu o
folheto
Foi
RODOLFO
|
http://arteeducacao.pro.br/cultura/cordel, acesso em 11 de out.
2012.
A temática do
cordel tem uma função social de ensinamento, aconselhamento e transmissão de
sabedoria popular.
- O
Casamento do Macaco com a Onça - Autor: Rodolfo Coelho Cavalcante
Antigamente os bichos
Um com outro conversava
Semelhante aos homens
Dia e noite trabalhava,
E em
questão de comércio
Cada qual negociava.
O Macaco, por exemplo,
Negociava com banana,
Raposa vendia aves
Sempre no fim de semana,
O Rato vendia queijo
E Guará vendia cana.[...]
O Macaco com a Raposa
Viviam um pouco intrigados
Devido que no passado
Tinham sido namorados,
Agora Macaco e Onça
Andavam muito chegados.[...]
|
No dia do casamento
Quase toda bicharada
Foram para casa da Onça
Que a festa estava animada,
Até a Cachorra foi
Mesmo sem ser convidada. [...]
Burro prendeu o Macaco
Por ordem do Rei Leão,
E o Cachorro foi preso
Pra deixar de ser brigão,
Os bichos se revoltaram
Foi aquela confusão. [...]
Esse fato aconteceu
Antes do homem viver
Mas os bichos como os homens
Tinham o mesmo proceder,
Quem me contou essa história
Inda está para nascer.
|
BAHIA. Secretaria da
Cultura e Turismo. Coordenação de Cultura. Antologia
baiana de literatura de cordel. Salvador: A Secretaria, 1997, p. 41, 42, 43, 44 e 45.
O cordel, tradicionalmente, conta uma
história que costumam narrar às dificuldades e sofrimentos de um herói que, ao
final, triunfa e será recompensado.
MÓDULO III - Estrutura Composicional
Analisando
a estrutura poética da Literatura de Cordel
A Escansão
Poética nas Sextilhas
Quanto à forma, apresenta
características do gênero poético, com rima, métrica e disposição das
informações em verso. No Brasil, a produção poética mais utilizada é a
redondilha maior, ou seja, o verso de sete sílabas poéticas (versos setissílabos). A estrofe mais comum é a de
seis versos, chamada sextilha. E o esquema de rimas mais comum é ABCBDB.
O cordelista produz uma poesia para ser recitada em
voz alta. Por essa razão, o texto é escrito em versos, com estrofes, métrica e
rimas constantes, com o objetivo de torná-lo fácil de memorizar. Apresenta
uma situação de equilíbrio, desenvolve um conflito e termina restaurando o equilíbrio,
ou seja, uma estrutura de narração cíclica. Uso de
acrósticos, o diálogo com o leitor e/ou ouvinte no início ou no final da
narrativa. Há estruturas composicionais diversas: peleja, ABC (trecho do
cordel: ABC da saudade -
Luiz da Costa Pinheiro). Disponível em: http://www.ablc.com.br/,
acesso em 10 de out. 2012.
LUIZ
GONZAGA - BIOGRAFIA EM CORDEL- Altair Leal
Com tijolos ou paus se faz uma casa. Na construção do poema, muitas vezes com versos repetidos ou semelhantes, falam as palavras.
Peço
licença aos poetas
Pra falar de um nordestino O grande Luiz Gonzaga Que cantar foi seu destino Fez de sua “Asa Branca” Para o nosso povo, um hino. |
Todo
nordestino sente
Orgulho deste senhor Traduziu como ninguém Do nordeste seu valor Com a sanfona e seu gibão Foi o nosso cantador |
Nascido
no ano doze
Treze de dezembro o dia Na Serra do Araripe Teve festa e alegria Na Fazenda Caiçara Seu Januário sorria. |
1. Você observou que há rimas.
Represente-os no caderno, deste modo:
b) No lugar dos demais versos, desenhe
o sinal ____.
Registre cada sinal em uma linha; Pule
uma linha na mudança das estrofes
Confira com o seu colega ao lado.
c) Agora, escreva em seu caderno, em
numeral ordinal, quais são os versos com rimas em cada poema.
d) Por que você acha que os poetas
usaram essas rimas? O que acham os colegas?
O Jeca Tatu de Monteiro Lobato --- Medeiros Braga
Eu vou recontar em versos
O que Lobato contou
No seu livro “URUPÊS”
No qual se imortalizou
Ao externar seu talento
No Jeca que projetou.
|
Essa obra foi escrita
No início do século vinte,
Há mais de noventa anos
E, assim, por conseguinte,
Só se escrevia ao agrado
Das elites de requinte.
|
Abriu Monteiro Lobato
Na nossa literatura
A trilha e a caminhada
Para uma nova cultura
Onde o homem fosse alvo
Da melhor propositura.
|
Para transformar a história do
personagem de Monteiro Lobaro, Jeca Tatu, em cordel, o poeta cordelista
trabalhou com a organização do texto em versos e com as rimas constantes para
dar um ritmo especial à história. Sublinhe as rimas das três estrofes e anote o
que você observou sobre elas. Há musicalidade?
VAGALUME
(cordel infantil)
Maria Hilda de Jesus Alão - retirado http://www.recantodasletras.com.br/, 10/10/12
Parece estrela a voar
Criança corre atrás dela
Com vontade de pegar.
Voa, voa vagalume
Com a luzinha a brilhar
Ilumina essa menina
Que não cansa de sonhar.
Se eu pudesse mudar
Queria ser vagalume
Para o mundo iluminar
Com o clarão do meu lume,
Voa, voa vagalume!
Cada um desses poemas possui uma força
diferente de expressão. Para conseguirem isso, os poetas utilizaram alguns
recursos de linguagem: a rima e a beleza das frases poéticas. A forma em verso,
em geral, facilita a memorização das formas literárias de tradição oral. Ligada
à situação sociocomunicativa, constitui uma marca histórica desse gênero.
A)
O
que o poeta se dispõe a fazer no texto do cordel?
B)
Qual
o esquema de rimas?
1. Você vai trabalhar agora com quatro
palavras de quatro letras retirados do poema.
a) Escreva cada palavra na forma
vertical como um acróstico, use rimas. Observe que um poema não se faz
simplesmente juntando estrofes soltas. Ele precisa ter uma coerência.
Setilhas: Pela beleza rítmica que essas estrofes
oferecem ao declamador, os grandes poetas não conseguiram fugir à tentação de
produzi-las.
A Chegada De Lampião No Inferno - José Pacheco da Rocha
Vamos tratar da chegada quando Lampião bateu um moleque ainda moço no portão apareceu. - Quem é você, Cavalheiro - - Moleque, sou cangaceiro - Lampião lhe respondeu. |
- Não senhor - Satanás, disse vá dizer que vá embora só me chega gente ruim eu ando muito caipora e já estou com vontade de mandar mais da metade dos que tem aqui pra fora. |
Moleque não, sou vigia e não sou o seu parceiro e você aqui não entra sem dizer quem é primeiro - Moleque, abra o portão saiba que sou Lampião assombro do mundo inteiro. |
Esse
cordel apresenta algumas características peculiares ao gênero.
- De quantos versos se compõe cada
estrofe? Quantas sílabas há em cada verso? Qual é o esquema de rimas nas
setilhas?
- Escreva, com suas palavras, o
tema de que trata o poema.
- Como o poeta chama a atenção do
leitor no texto do cordel?
Conclusão: Percebeu que nas sextilhas o esquema
de rimas é_______________ e nas setilhas o esquema de rimas_________________.
Diga Deus
Onipotente Se é você, realmente Que autoriza, que consente No meu sertão tanta dor Se o povo imerso no lodo apregoa com denodo que seu coração é todo De luz, de paz e de amor. |
Oito
pés de quadrão ou Oitavas: Os oito pés de quadrão, ou
simplesmente oitavas, são estrofes de oito versos de sete sílabas. Na estrofe
popular aparecem os primeiros três versos rimados entre si; também o quinto, o
sexto e o sétimo, e finalmente o quarto com o último, não havendo, portanto um
único verso órfão.
- Faça o esquema de rimas no
próprio poema de cordel. E, recite o poema.
- Também no próximo, as décimas.
Eram doze
cavalheiros Homens muito valorosos Destemidos, corajosos Entre todos os Guerreiros Como bem fosse Oliveiros um dos pares de fiança Que sua perseverança Venceu todos os infiéis Eram uns leões cruéis Os doze pares de França. |
Décimas
- As décimas,
dez versos de sete sílabas, são as mais usadas pelos poetas de bancada e pelos
repentistas. Esta modalidade só perde para as sextilhas, especialmente
escolhidas para narrativas de longo fôlego. Ainda assim, entre muitos exemplos,
as décimas foram escolhidas por Leandro Gomes de Barros para compor o longo
poema épico de cavalaria A Batalha De
Oliveiros Com Ferrabraz, baseado na obra do imperador francês Carlos Magno.
http://www.ablc.com.br/
A XILOGRAVURA
Os textos são publicados em livretos
fabricados praticamente de forma manual pelo próprio autor. Eles têm geralmente
8 páginas mas podem ter mais, variando entre 16, 32 e 64. As páginas medem
11x16cm e são comercializadas pelos próprios autores. As imagens de capa dos
livretos, geralmente xilogravuras artesanais, costumam ser uma marca
característica do cordel, pois apontam claramente para a temática. Os livretos
de cordel utilizam material barato, seu papel é de jornal e as capas são
desenhadas com matrizes xilográficas. A xilogravura, geralmente, é feita das
cascas de cajá ou Umburana. Vídeo a produção de Xilogravuras. Disp.http://youtu.be/lXkKOI3z0V8, ac.11/10/12.
Foi possível perceber a
diversidade temática dos folhetos?
Quais chamaram mais sua atenção? Por quê?
MÓDULO IV - O Estilo – A
Linguagem
Isolar
palavras ou grupos de palavras, repetir palavras ou grupos de palavras e
distribuir esses elementos no espaço reforçam a mensagem do poema.
Uma característica do cordel é o
emprego de palavras e expressões da linguagem popular falada – com seleção de
palavras simples que são compreendidas pelo público a que se destina o poema.
Ao ler os folhetos, encontramos a linguagem popular que se aproxima dos usos
locais da oralidade, facilitando assim a própria memorização para quem recita e
para quem ouve as narrativas.
Outra característica é o uso de
recursos textuais como o exagero, os mitos, as lendas, e atualmente o uso de
ironia ou sarcasmo para fazer críticas sociais ou políticas. Usar uma imagem
estereotipada como personagem também é muito comum, há também cordéis que falam
de amor, relacionamentos pessoais, profissionais, cotidiano, personalidades
públicas, empresas, cidades, regiões, etc. Na maioria das vezes usam várias
técnicas de persuasão e convencimento para que o leitor acate a ideia proposta.
O tom poderá
ser humorístico, de crítica social, elogioso, de informação, de formação moral
etc.
BRASIL: A Cultura de um Povo - OS
Traços Linguísticos
Ai! Se sêsse!… Autor: Zé da Luz Se um dia nós se gostasse; Se um dia nós se queresse; Se nós dois se impariásse, Se juntinho nós dois vivesse! Se juntinho nós dois morasse Se juntinho nós dois drumisse; Se juntinho nós dois morresse! Se pro céu nós assubisse? Mas porém, se acontecesse qui São Pêdo não abrisse as portas do céu e fosse, te dizê quarqué toulíce? E se eu me arriminasse e tu cum insistisse, prá qui eu me arrezorvesse e a minha faca puxasse, e o buxo do céu furasse?… Tarvez qui nós dois ficasse tarvez qui nós dois caísse e o céu furado arriasse e as virge tôdas fugisse!!! FIM |
A repetição de consoantes ao longo
do poema é conhecida como aliteração é uma figura de harmonia da linguagem.
O poeta
Severino de Andrade Silva, mais conhecido como Zé da Luz, poeta, nasceu em 29 de março de 1904 em Itabaiana,
região agreste da Paraíba, e faleceu em 123 de fevereiro de 1965 no Rio de
Janeiro.
Vamos
realizar um jogral!
Ai! Se sêsse!…
|
SÃO
PAULO. Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa/ Programas: Ler e escrever e Orientações curriculares. Livro do
Professor. Sétimo ano, São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010.
É fundamental reconhecermos as
variedades linguísticas de nosso país e o jogo de sonoridade que esses versos
revelam ao ouvinte/leitor. Portanto, você sabe o que são traços linguísticos e/ou
linguagem popular?
1. Por que motivo o autor optou por
usar a linguagem dessa forma? Se a escrita tivesse sido feita a partir da norma
padrão, o efeito de sentido do texto seria o mesmo? Por quê?
2. Nesse poema Ai! Se sêsse!…, há quantos versos? E possível perceber alguma semelhança
sonora? O que o poeta provoca com tal uso da língua?
3. Alguns versos desse poema são
acompanhados de ponto de exclamação (!), ponto de interrogação (?) e
reticências (...). O que esses sinais de pontuação representam?
As escolhas linguísticas do poeta Zé
da Luz mostram traços linguísticos característicos do português popular falado
por vários brasileiros. O cordel transpõe a fala do nordestino para o registro
escrito. Aponte três aspectos que
chamaram sua atenção.
4. Que ação desencadeia um conflito no
poema narrativo? Como o eu lírico informa que resolveria tal questão?
Lá
no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender um outro ABC O jota é ji, o éle é lê O ésse é si, mas o érre Tem nome de rê
O
jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre Tem nome de rê
Até
o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, O ene é nê O efe é fê, o gê chama-se guê Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê" A, bê, cê, dê, Fê, guê, lê, mê, Nê, pê, quê, rê, Tê, vê e zê
Lá
no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender outro ABC O jota é ji, o éle é lê O ésse é si, mas o érre Tem nome de rê |
O
jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre Tem nome de rê
Até
o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, O ene é nê O efe é fê, o gê chama-se guê Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê" A, bê, cê, dê, Fê, guê, lê, mê, Nê, pê, quê, rê, Tê, vê e zê
Atenção
que eu vou ensinar o ABC
A, bê, cê, dê, e Fê, guê, agâ, i, ji, ka, lê, mê, nê, o, pê, quê, rê, ci Tê, u, vê, xis, pissilone e Zé
Luiz
Gonzaga/ Letras.mus.br. Disponível
em www.letras.mus.br/luiz-gonzaga
|
Na linguagem da Literatura de Cordel
é preciso respeitar o regionalismo e ter uma voz discursiva sobre os temas
centrais do poema: política, economia, educação, religião, canções populares
e provérbios. Os versos dialogam com o leitor é o poema de cordel conversando
com o ouvinte. A dramatização é o indicador do repertório magnífico dessa
arte popular e tão conhecida no nordeste brasileiro.
|
Desse modo, os traços
característicos presentes nas estrofes da música de Luiz Gonzaga demonstram
alguns aspectos do regionalismo que você estudou e identificou nos poemas de
Cordel. A partir da experiência pessoal, na certa você vai poder “curtir” com
outro sabor as poesias de cordel e tenha a certeza que estará muito mais
próximo da cultura de seu país.
|
Procure poesias relacionadas à
Literatura de Cordel e com a orientação do professor vocês farão um varal com
poemas de cordel e, em seguida, com seus cordéis façam a dramatização poética
para a turma! Partindo dessa pesquisa...responda
a)
Como
os cordéis são divulgados?
b)
Por
que esses textos levam o nome de Literatura de Cordel?
c)
Pense
na linguagem do cordel: Qual a sua característica marcante?
Cordel
de recepção - Maria Alice Armelin
Amigos aqui presentes
Neste dia de alegria
Queiram sentar, tomem tento
Vai começar a folia
Sintam-se em pleno Nordeste
Sob a luz do meio-dia
Lendo e ouvindo cordel
Que é arte, graça e magia!
|
O que me aguarda hoje?
Faça sua conjectura
Um causo, lenda, verdade,
Verso de amor ou gastura,
Romance, ódio, paixão,
Vingança,
amor, formosura,
Tudo cabe no cordel
E na roda de leitura.
|
SÃO
PAULO. Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa/ Programas: Ler e escrever e Orientações curriculares. Livro do
Professor. Sétimo ano, São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010.
Planejando seus passos, elaborem um poema de cordel com a turma: com título,
presença de crítica social e seguindo esses passos...
I – Uma sentença
inicial.
II – Indícios de
desequilíbrio da situação inicial.
III – A constatação
desse desequilíbrio.
IV- A tentativa de
recuperar o equilíbrio do início.
V- A volta do equilíbrio
inicial.
1. Quem contará a história? Qual será o tema do cordel? Se for o
universo sertanejo, houve preocupação em utilizar a variedade linguística de
pessoas da região nordestina sem muito grau de escolaridade? Se for um tema da
atualidade ou uma obra, foi explorado em várias de suas facetas?
2. E o eu lírico será do poeta ou do herói? Se for o herói como será? Haverá
outras personagens e o papel delas no poema? Em que momento, aparecerão?
3. Produzirão um folheto com quantas estrofes? Na forma de ABC, planejem
a estrutura composicional de seu cordel.
4. O tom, vocês darão a seu cordel: humorístico, de crítica
social, elogioso, de informação, de formação moral etc. O que vocês precisarão
fazer para que esse tom seja identificado pelo leitor nos versos? Há coerência
no estilo de linguagem adotado
(irônico, elogioso, sério, denunciador...)?
5. Os fatos foram expostos de modo a se reconstruir o fio narrativo
da história? A métrica e as rimas estão adequadas para uma declamação do
cordel? O texto está escrito de forma que possa ser bem memorizado pelo
declamador?
6. Organizem na capa do folheto o título, o nome dos autores e a
ilustração. Para confeccionar o folheto, dobrem ao meio folhas de papel
sulfite. Lembrem-se de que as páginas devem compor um bloco, que pode ser grampeado
para facilitar a leitura. Em cada página, escrevam uma ou duas estrofes para
que o cordel fique bem organizado.
SÃO PAULO. Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa/ Programas: Ler e escrever e Orientações curriculares. Livro do Professor. Sétimo ano, São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010.
SÃO PAULO. Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa/ Programas: Ler e escrever e Orientações curriculares. Livro do Professor. Sétimo ano, São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAHIA.
Secretaria da Cultura e Turismo. Coordenação de Cultura. Antologia baiana de literatura de cordel. Salvador: A Secretaria,
1997.
BERALDO,
Alda. Trabalhando com Poesia. vol. 1
e 2. São Paulo: Ática, 1990.
BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa:
Caderno de Teoria e Prática 3 – TP3: Gêneros e tipos textuais. Brasília, 2008.
BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro
e quarto ciclos do ensino fundamental - Português. Brasília, DF, 1997.
CAVALCANTE, Rodolfo
Coelho. Cordel. São Paulo: Hedra, 2003, pp. 37-45.
CORALINA,
Cora. Meu Livro de Cordel. 7ª ed. São
Paulo: Global editora, 1996.
COSTA,
Adély et al. Oficina – Cordel: cultura popular na escola. Recife, 2002.
Mimeografado.
DOLZ, J.
M.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita:
Apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. M. et al. Gêneros orais e escritos na escola.
Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. pp. 95-128. Tradução e organização de R.
H. R. Rojo e G. S. Cordeiro.
SÃO PAULO.
Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa/ Programas: Ler e escrever e Orientações curriculares. Livro do
Professor. Sétimo ano, São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010.
SITES E INTERAÇÃO ÁUDIO-VISUAL
ABLC
- Academia Brasileira de Cordel.
Academia Brasileira de Cordel, Literatura Brasileira, Literatura popular.
Disponível em: <www.ablc.com.br.>. Acesso em 10 e 12 out.
2012.
CORA
CORALINA. Disponível
em: <www.e-biografias.net/cora_coralina>.
Acesso em 12 out. 2012.
CORA CORALINA. Disponível em: <http://www.infoescola.com/literatura/cordel>. Acesso em 12
out. 2012.
CORDEL.
Disponível em: <http://arteeducacao.pro.br/cultura/cordel>.
Acesso em 11 out. 2012
CORDEL.
Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/poesias-poemas/cordel>.
Acesso em: 09 out. 2012.
CORDEL. Disponível em: <http://www.rnsites.com.br/cordeis.htm>. Acesso em 12 de out.
2012.
CORDEL.
Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br>.
Acesso em 10 out. 2012
CORDEL.
Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/cordel>.
Acesso em 10 out. 2012
LUIZ GONZAGA/ letras.mus.br . Disponível em: <www.letras.mus.br/luiz-gonzaga>.
Acesso em 10 out. 2012.
CORDEL. Literatura de Cordel é um tipo de
poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou
outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis.
Disponível em
<http://youtu.be/dd3IskH6LNU>.
Acesso em 11 out. 2012.
CORDEL. O Coronel e o Lobisomem. Disponível em
<http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=1518&exib=5937>.
Acesso em 11 out. 2012.
GLOBO RURAL. A Literatura de Cordel. Disponível em:
<http://youtu.be/7DosjK6GSUQ>. Acesso em 12 out.
2012.
A palavra fala,
ResponderExcluira palavra diz,
a palavra pensa em
Leitura.
ELABORAÇÃO DO PROJETO ROSANGELA BARROS DE LIMA
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